quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Tire o Sal!



Uso de sal, além do que recomenda  a Organização Mundial de Saúde, constitui risco para a saúde.
Indivíduos normais devem consumir no máximo 5 gramas (5.000 miligramas) de sal por dia. Isto corresponde a 2g ou 2000 mg de sódio.
Estudos recentes comprovam que o brasileiro ingere em média 12 gramas (ou 12.000mg) de sal  ou 4,8g (4800mg) de sódio diariamente.
Pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas divulgou em 2018 que 24,7% da população das capitais relata hipertensão. Destes indivíduos 60,9% tem mais de 65 anos.


Capitais com maiores índices são Rio de Janeiro (31,2%), Maceió (27,1%); João Pessoa (26,6%); Belo Horizonte (26,5%), Recife (26,5%), Campo Grande (26,0%) e Vitória (25,2%). E as com menores índices: São Luís (15,9%); Porto Velho (18,0%); Palmas e Boa Vista (18,6%).
O Ministério da Saúde, através do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) informa que em  2017, o Brasil registrou 141.878 mortes devido a hipertensão ou a causas atribuíveis a ela.
Diariamente 388,7 pessoas são vitimadas pela doença, o que significa 16,2 óbitos a cada hora.
Grande percentual destas mortes precoces, ocorrendo antes dos 70 anos, poderiam ser evitadas.


"Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), se o consumo de sal, no Brasil, seguisse os padrões recomendados pela OMS, haveria uma diminuição de 15% nos óbitos por Acidente Vascular Cerebral e redução de 10% dos óbitos por infarto"
Hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica, silenciosa, caracterizada por altos níveis de  pressão sanguínea nas artérias.
O indivíduo é considerado hipertenso quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo, o que sobrecarrega o coração ao distribuir o sangue para todo corpo. Estudos cardiológicos recentes sugerem que este limiar deve ser ainda mais baixo.
Hipertensão aumenta o risco de e acidente vascular cerebral (AVC), infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
Além do uso de medicação e acompanhamento ambulatorial  é necessário  uma dieta equilibrada e  realização de atividades físicas para controlar a hipertensão.

A alimentação é tão importante na prevenção da pressão alta que há uma dieta específica para esse fim. DASH é a sigla em inglês para “dieta para combater a hipertensão”, e o grande vilão  neste combate é o sódio, principal componente do sal de cozinha.
Além da adição voluntária de sal, quando cozinhamos, recebemos este aditivo em muitos  alimentos industrializados.
A indústria alimentícia coloca sal e açúcar nos alimentos sejam eles doces ou salgado.
Uma das causas é aumentar o consumo.


O senso de gosto é inato, incorporado nos genes, e humanos podem sentir até 5 gostos diferentes:- doce, salgado, amargo, azedo e umami (glutamato de sódio).
 Pesquisas mostraram que os receptores de gosto podem estar conectados, como no caso dos receptores para doce e umami, o que justificaria a preferência por alimentos que são doces e salgados ao mesmo tempo. Considerando que há maior preferência pelos alimentos que contém os dois nutrientes, a indústria coloca sal e açúcar nos alimentos como estratégia para aumentar seu consumo. Outra finalidade é a preservação do alimento.


O sal também mascara  amargor  sendo utilizado para melhorar o sabor. Quando é necessário que não seja percebido adicionam gordura porque diminuem a sensação de salinidade.
Prejuízo duplo.
Ingerimos sal e gorduras desnecessárias, além do açúcar.
Para diminuir  a quantidade de sódio diário é necessária a paciência ao decifrar rótulos quando adquirimos alimentos processados industrialmente.
Em relação aos  infantis o cuidado deve ser redobrado, pois sal está presente desde a papinha infantil até os alimentos mais comuns no fast food.


Segundo pesquisadora da Fio Cruz nenhum país do mundo tem marco regulatório para redução de sódio. O Canadá foi pioneiro em propor a redução de forma voluntária.
No Brasil, governo, setor produtivo e sociedade civil organizada articulam ações, que contribuem para redução das DCNTs (doenças coronárias não transmissíveis) destacando:
- Acordo firmado entre o Ministério da Saúde e as associações das indústrias com metas de redução de sódio por categoria de produtos.
- Campanha de orientação com a ABRAS para conscientização sobre a necessidade de consumir alimentos com menores teores de sódio.
 - Elaboração de Guias de Boas Práticas Nutricionais para pão francês e restaurantes populares visando orientar os manipuladores de alimentos na redução do uso de sal.


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